Poemas e Escritos em Geral


Coleção de Rochas
As pedras me ouvem
Minhas rochas falam
As preciosas me calam 


Chegada
 Você chegou
Sem pedir licença
Me abraçou

...marcou presença


Falsificação
Quão falsos são os bonecos
Fingindo ser gente
Quão vãos são os ursos de pelúcia
Fingindo ter sangue quente
Quão insignificantes são as rosas de plástico
Fingido ser vivas
Quão cegas são as lentes
Que dizem ser decisivas
Quão falsos os lagos que se acham mar
Quão insignificante é a vida
De quem não sabe amar!


Bons ventos
Bons ventos me tragam
O perfume da flor
Bons ventos me levem
Até meu amor

Bons ventos espalhem
As sementes e a neblina
Bons ventos arejem
A verde colina

Bons ventos me tragam
A paz e o alento
Bons ventos desfaçam
Os mais graves tormentos

Bons ventos
Tragam-me os
Melhores momentos


Devagar
Meu filho, vá devagar
Deus em primeiro lugar
Depois a vida
Vai firme, nesta subida
Se comporte
Sejas forte
Conselho de mãe
É deste jeito
Preciosidade, que levo em meu peito

Visões da vida

Em quadros velhos as velhas lições
Amadores entoam antigas canções
Uma vela acesa, uma imagem, uma vida
Nas ruas a verdade desaparecida
Senhoras conspiram as vidas alheias
Num palmo de chão uma tempestade de areia
Nas lixeiras, valores descartáveis
Nos dicionários, palavras inutilizáveis
Conflitos sem pé, cabeça ou razão
Em seres pequenos, o futuro da nação
Livros vivos expressam a verdadeira História
Indigentes celebram falsas vitórias
E assim a vida segue
Entre o tudo e o nada
Entre a caneta e a enxada
Entre a cruz e a espada

Ainda...
Se a flor ainda desabrocha na madrugada
Se o sereno ainda vira geada
Se o sol ainda aquece
Se a planta ainda cresce
Ainda há tempo...
Se a lua ainda emana o luar
Se o pássaro ainda insiste em cantar
Se a água ainda é corrente
Se o sangue ainda é quente
Ainda há tempo...
Se a terra ainda e forte
Se ainda existe o norte
Se ainda germina a semente
Se ainda temos gente
Ainda há tempo...
Se ainda é azul o céu
Se ávida ainda é o maior troféu
Ainda há tempo...
Enquanto da última bomba
Não se ouvir o estouro
E o último grito
Clamando por socorro

Merenda

Cafezinho na mesa
Tudo na simplicidade
Suprema beleza
Casa da mãe
Saudades...


Merenda

Cafezinho na mesa
Tudo na simplicidade
Suprema beleza
Casa da mãe
Saudades...

Poderes

Com seu canto
Me encanto
Com seus versos
Com seus versos
Sinto o Universo
Tua fala
Me embala
Seu discurso
Me cala


EU  e a praça
As folhas caem
As pessoas passam
Seguem a doutrina dos passos
Na silenciosa praça...
Para os poetas é inspiração
Para os skatistas é diversão
Vejo desta maneira
Ao lado de minha companheira
Tão odiada, tão amada e tão comentada
Solidão


“Apenas” Irati
Os raios de sol transpassam a neblina
Surge na névoa, a verde colina
Em seu topo, a santa
Que os inspirados encanta
Para alguns, paisagem vislumbrante
Para os distraídos daqui
Apenas Irati

Apenas tudo
Não me importa mais a fragrância
Nem o fio, nem o ouro, nem a ganância
Que suma o perfume das flores
Danem-se as cores
Quero que apenas surja na esquina
Minha menina

Caminhada (Soneto)
Caminha pela estrada
Caminha pelo espaço
Entre o tudo e o nada
Segue a doutrina dos passos

Caminhar lhe convém
Tem pressa de chegar
Não sabe o que vem
Depressa a lhe encontrar

Encruzilhadas marcadas
Pedras espalhadas
Cruzes e espadas

Caminha para o futuro
Trechos inseguros
Estrelas lhe orientam no escuro








Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por visitar o Blog Paraná do Sul, use este espaço caso queira comentar algo: